17 de julho de 2009

- Não mais com uma sacolinha.

Eu fugi de casa com uma sacolinha. Juntei uma camiseta velha que eu adorava e meu velho Rider rosa e disse adeus à minha mãe, às 9 da noite. Abri a porta dos fundos, andei até minha casinha, olhei para trás, para conferir se alguém me via. Me escondi e só reapareci alguns minutos depois. Eu queria que sentissem a minha falta e que deixassem eu fazer tudo o que eu queria. Tinha cinco anos. Voltei para casa e após mais duas ou três fugas frustradas descobri que era para o meu próprio bem que as coisas não podiam ser sempre como eu queria. Hoje, tenho mais de uma década e meia de vida e ainda costumo desaparecer para ver se sentirão minha falta. Não só minha família, mas aqueles que eu amo. E descobri que não adianta muito fugir, o negócio é ficar e mudar de casa, se necessário. Mudar, nunca fugir. Às vezes, sinto uma vontade imensa de morar sozinha, de sair da saia da minha mãe. Meus irmãos já sairam de casa e tem razão "em uma certa idade ou você casa ou sai de casa". Poderia ser os dois de uma vez só, não? Mas não sei qual desses planos se encontra mais distante. O problema é que chega uma época em que parece que você vive em um tempo seus pais em outro, você fala uma língua e eles grego. Mas falta dinheiro para seguir meu caminho. Então, meu quarto é minha casa, é nele que me escondo. Não mais com uma sacolinha, mas com a mesma vontade de fugir do mundo. Acho que ainda sou aquela garotinha que só quer chamar a atenção, afinal, eu tenho até um blog! (a-há). Mas um dia eu saio e mudo, para ver se eu paro de sentir a minha falta em meio a paredes que não me pertencem e corro para um mundo que eu preciso saber até onde vai.

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